quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sem juros

Como administrador há 30 anos, com 23 anos de vida profissional no mercado financeiro, garanto à vocês que esta situação NÃO EXISTE. Ontem fui a uma loja de departamentos, famosa por vender tudo em diversas vezes e sem juros. Queria uma TV LCD. Dias antes havia estado em outra loja, também famosa e achei um aparelho que me interessava por R$ 2.100 a vista. Pois bem. A propaganda deste estabelecimento que fui ontem diz claramente – “A menor prestação, o melhor preço – cobrimos qualquer oferta. Tudo em x vezes sem juros”. Bem, para resumir, os preços desta loja eram pelo menos 25% maiores do que da outra na qual vi o preço à vista. Naturalmente juros embutidos. E nenhuma oferta foi coberta, pois para isso era necessário que o preço da outra loja estivesse em panfletos promocionais.
Não existe almoço de graça.
O que não me conformo é com o fato de um país que se vangloria tanto de ter um código de defesa do consumidor moderno e eficaz, permitir propagandas deste tipo na TV. E as letras miúdas que aparecem no final da exibição, que é humanamente impossível ler? Nem mesmo gravando e com pausa na exibição conseguimos ler tudo o que está escrito em alguns casos.
Até quando as autoridades vão deixar o povo ser enganado com relação a preços e formas de pagamento? Ou será que é interesse do governo que exista esta enganação para poder manter um nível de consumo razoável para aquecer a economia?
Bem, está tudo aí; Aberto. Escancarado. Não preciso dizer nada pra ninguém, basta assistir TV. Me sinto envergonhado de viver num país que permite este tipo de atitude. Enganar o povo assim, descaradamente e sem nenhuma providência das autoridades.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

De novo Pânico !!!

Pânico deveria ser o sentimento dos pais que tem seus filhos como espectadores deste programa de TV. Não sou puritano e muito menos reacionário. Admiro quem faz humor irreverente, escachado, satírico. Acho que é apenas uma questão de gosto. Se a pessoa gosta deste estilo, ri e se diverte. Se não gosta, muda de canal. Mas o problema é outro. Dentro do irreverente apresentado por Emilio e sua trupe, alguns personagens que deveriam ser anti heróis passam a ser além de heróis, modelos principalmente para a molecada que vê o programa.
E imaginem que delícia ter seu filho falando, se vestindo e agindo como o Alfinete por exemplo. Uma linguagem de malandro, bandido, com diversas gírias de cadeia, usadas no passado recente apenas por marginais, traficantes, meliantes em geral. Isso tudo para caracterizar um torcedor de um time de futebol. Se eu torcesse para este time, a ultima coisa que iria querer era minha pessoa ligada a este tipo de imagem. Os valores estão cada dia mais incompreensíveis.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Perdi tudo

O povo brasileiro sofre de forma crônica de falta de educação e boa cultura. Moro em São Paulo – Capital e cada vez que chove a noticia que mais ouvimos nas rádios e Tv´s é que o povo daquele bairro perdeu tudo com as enchentes.
Enquanto enfrento meu congestionamento de cada dia na Marginal Tietê, com a chuva caindo no teto do meu carro, olho para o lado e vejo uma quantidade imensa, inenarrável de lixo boiando e descendo o rio. Garanto que se um levantamento conseguisse ser feito, mais de dois terços da população que reclama que perdeu tudo é exatamente aquela que joga seu lixo em qualquer lugar de qualquer jeito.
E tem de tudo no lixo que desce o rio Tietê e qualquer outro riacho da capital. Além das incontáveis infinitas garrafas pet, muito plástico, sofás, geladeira, fogão, coisas inimagináveis.
E tem mais.
Por que as pessoas mesmo sabendo o dia e hora do recolhimento de lixo coloca seu lixo na rua antes? (Não quero dizer para colocarem depois do recolhimento passar, obvio) Quando digo antes não é horas antes, mas em alguns casos, não raro, muitas horas mais cedo ou até dias antes. Prato cheio para animais como cachorros, gatos, baratas, ratos e o que mais puder fuçar no lixo deixado ao relento. E se chover então? Bueiro nele.
Nas ruas vemos pedestres jogando de tudo no chão. A ai de quem tentar recriminar. As pessoas parece que tem vergonha de agir corretamente, de serem taxadas de Caxias, de certinhas. Uma grande inversão de valores.
Seria mesmo somente culpa das autoridades os desastres de enchentes?
Eu entendo que pelo menos, no mínimo, não é culpa só das autoridades e ainda acho que grande parte da culpa é do próprio povo. Falta educação, cultura e bom senso. Pobreza não quer dizer necessariamente sujeira. Podemos ser um país pobre, em vários setores da sociedade ainda, mas daí para porco é muito diferente.
Aonde está a velha frase – “Sou pobre mas sou limpinho” ?

Em terra de cego....

Não sou grande entendedor de futebol, e muito menos acompanhei a carreira dita brilhante do jogador que irei falar, mas para mim vale muito o bom senso do raciocínio lógico e o meu é o seguinte:
Um jogador surge e desponta para o mundo ao jogar um campeonato de segunda divisão. Logo depois disso, vai jogar na Rússia.
Muito bem.
Que tipo de experiência de alto nível este jogador tem?
Em um campeonato de segunda divisão quem tem meio olho já é rei,
Na Rússia não existe nada de seja de nível maior que mediano, e olhe lá.
Mas Vagner Love é considerado um gênio da bola e um grande jogador por muitos. Pra mim, não passa de um jogador pouco acima da média entre os medianos. Nunca jogou um campeonato de nível um pouco mais elevado para poder provar sua categoria de verdade e as poucas vezes que esteve na seleção não passou de satisfatório em raríssimas partidas e ruim nas demais.
Este fez o nome entre os cegos do futebol.
Será que só eu vejo desta forma?
Para mim esta teoria se prova agora que contra zagueiros de melhor nível, na primeira divisão do Brasileirão, ele simplesmente não consegue jogar. Além do fato de estar cada dia mais mascarado não é?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vale tudo pelo riso ?

Uma única palavra – “Ronaldo”. A forma engraçada de falar, olhos parados, voz ligeiramente fina. O programa Pânico criou um bordão que acabou em todas as mídias com o tal de Zina. Tudo ia muito bem até que eles próprios resolveram descobrir mais sobre o rapaz, ou, como alguns meios de comunicação dizem, foram eles processados pelo mesmo por uso indevido de sua imagem. Não importa o caminho. O que importa é que várias coisas foram descobertas, entre elas que o rapaz é dependente de drogas e tem problemas mentais, conforme relatado por sua irmã.
Dado isso, me vem um pensamento: Estamos então rindo da atitude diferente de um doente mental? Não seria esta uma informação suficiente para parar imediatamente de explorar esta imagem? Para mim, a partir de que ouvi estas notícias, deixou mesmo de ser engraçado e passou a ser de um indiscutível mal gosto rir de uma deficiência de alguma pessoa. Mas a audiência é quem manda e o próprio Zina deu ao Pânico uma sequência de primeiros lugares de audiência que compensam a falta de ética de se aproveitar desta deficiência para provocar risos. Algo precisa ser revisto nestes conceitos.

Podemos generalizar sim !

Uma Das frases que mais me incomoda vindo da imprensa é – “Na maioria são pessoas boas que não podem pagar pelo erros de alguns” – quando citada a respeito de torcidas organizadas.
Esta frase isenta as pessoas que aparentemente são do bem e não tem nada a ver com conflitos, brigas, vandalismo e outras barbáries praticadas por membros de torcidas organizadas, inclusive mortes.
A questão que eu levanto é a seguinte: Se no seu meio social, seja ele sua vizinhança, um clube, grupo de amigos, para o fim que seja, houver alguém que não se comporte bem, que pode prejudicar o nome da sociedade, que pode trazer danos às pessoas ao seu redor, inclusive membros de sua família, sua obrigação não seria fazer todos os esforços para afastar estas pessoas más? Como cidadão de bem, a atitude que se espera é que se limpe o meio social em que se está ou, caso isso não seja possível, se retire dele.
A partir do momento que estas pessoas de bem aceitam a presença em seu meio de vândalos, nada fazem para afastá-los e puni-los, ou na pior das hipóteses, caso não tenham força para tanto, não deixam de freqüentar este meio contaminado, passam a ser coniventes, para não dizer cúmplices de todos os fatos e nunca poderiam ser rotulados como pessoas de bem, ou pior, como a grande maioria de bem. Que maioria é esta que não consegue limpar a “minoria” relapsa?
Se você cidadão veste uma camisa de seu time, se senta ao lado de outros nos estádios que tem um título de torcida organizada, aonde existem membros que desrespeitam o bem comum e nada faz para acabar com isso, me desculpe caro torcedor, mas você é tão vândalo ou baderneiro quanto qualquer outro que está ali com você.